Linha do Tempo
1980
nasce o Método BPI. Estreia do 1º espetáculo no Método BPI com criação e atuação de Graziela Rodrigues em Brasília – Graça Bailarina de Jesus ou Sete Linhas da Umbanda Salvem o Brasil. O processo de criação e sua temporada de dança marca o nascimento do Método BPI.
1981
Graziela Rodrigues retorna para São Paulo. Nas terras paulistas são desenvolvidos os espetáculos Caminhadas (1983), Portar Bandeiras (1984), Coração Vermelho I (1985) e Coração Vermelho II (1986), todos interpretados por Graziela Rodrigues. Junto com o espetáculo Graça Bailarina de Jesus ou Sete Linhas da Umbanda Salvem o Brasil (1980), estes espetáculos são os precursores do Método BPI.
1986
Graziela Rodrigues é convidada a integrar a equipe de formação da Faculdade de Dança de São Paulo, assumindo a área de Dança Brasileira. Anteriormente, Graziela já havia criado a Ensaio Teatro e Dança em Brasília, e também atuado em São Paulo em outras instituições interessadas na sua pesquisa, dentre elas o Ballet Stagium. Esse convite marca a construção de uma proposta pautada na sua pesquisa artística com as manifestações populares brasileiras a nível universitário. Graziela elabora o Projeto Trilhas e Veredas da Dança Brasileira que propõe a criação da cadeira de Danças Brasileiras por meio da estruturação de um instrumental técnico de dança para a sala de aula, baseado na decodificação dos elementos simbólicos e arquetípicos e do vocabulário específico das manifestações investigadas nas pesquisas de campo.
1987
Graziela Rodrigues é convidada a ingressar como docente no Curso de Graduação em Dança na UNICAMP, que tinha interesse no trabalho que ela vinha desenvolvendo como artista independente e na instauração de uma linha de pesquisa sobre as Danças Brasileiras. O projeto de criação da Faculdade de Dança de SP é finalizado após três meses de sua implementação e Graziela leva o projeto Trilhas e Veredas da Dança Brasileira para a UNICAMP. Nessa instituição, cuja ênfase na pesquisa é notória, o desenvolvimento do Método BPI passou por um avanço singular. Inicialmente na graduação, a pesquisa em Dança proposta pelo BPI era ministrada nas disciplinas e nos laboratórios que dirigiu com as bailarinas e os bailarinos graduandos do curso, assim como com a orientação em projetos de iniciação científica. Esses espaços geraram um campo de aperfeiçoamento do fazer artístico, que culminou na sistematização do BPI. Desde 1986, o Projeto Trilhas e Veredas da Dança Brasileira permanece vivo nas pesquisas acadêmicas, registros de campo e produções artísticas do grupo, constituindo um acervo precioso para a pesquisa em dança. A atuação de Graziela Rodrigues na UNICAMP na formação de bailarinos-pesquisadores e o desenvolvimento de projetos de pesquisa e ensino vão dando corpo para a criação do Grupo de Pesquisa.
1989
estreia do 1º espetáculo com estudantes da Graduação, sob direção de Graziela Rodrigues – Bailarinas de Terreiro. Desde então, a produção artística com estudantes da UNICAMP passa a ser ininterrupta.
1997
lançamento do livro Bailarino-Pesquisador-Intérprete: Processo de Formação de autoria de Graziela Rodrigues, pela FUNARTE. O livro é um marco na história do Grupo. Concomitante a publicação do livro, são criados roteiros e pré-edições de vídeos que visavam ilustrar aspectos do Processo BPI, sendo eles: A Estrutura Física e sua Anatomia Simbólica; Paisagens e Personagens; Diante dos Olhos: o processo; Interiores: o processo. Ambos trazem um manancial de desdobramentos das pesquisas de campo em manifestações populares brasileiras e segmentos sociais e das produções artísticas realizadas por Graziela Rodrigues até então. São materiais que aguçam um modo de olhar a pesquisa sobre a Dança do Brasil. O livro já está na terceira edição (2005, 2018) e foi publicado em inglês pela editora alemã Peter Lang em 2017. Os vídeos são utilizados como apoio didático nas aulas até os dias atuais.
2000
Graziela Rodrigues e a antropóloga Regina Müller criam em parceria o Projeto Dança dos Brasis que tem como foco a pesquisa de campo junto aos povos originários da Amazônia, em especial os Assurini do Xingu. A parceria durou até 2006 e resultou produções visuais e textuais, com destaque para o vídeo documental “As Mulheres das Cócoras”.
2003
defesa da Tese de Doutorado de Graziela Rodrigues intitulada “O Método BPI e o desenvolvimento da imagem corporal: reflexões que consideram o discurso de bailarinas que vivenciaram um processo criativo baseado neste método”, sob orientação de Maria Consolação Tavares. A tese é um marco na história do grupo, pois apresenta a sistematização do Método BPI e seus eixos de sustentação. Oportuniza a entrada da professora Graziela como docente na pós-graduação em Artes da Cena da UNICAMP. A atuação ininterrupta na criação e formação em dança resulta em uma nova geração de diretores especializados no BPI.
2007
é criado e registrado o Grupo de Pesquisa para “Bailarino-Pesquisador-Intérprete e Dança do Brasil” no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq.
2011
inclusão da denominação Núcleo BPI nas produções artísticas do Grupo de Pesquisa.
2012
ingresso de Larissa Sato Turtelli, na UNICAMP, igualmente como docente do Departamento de Artes Corporais da Unicamp. Larissa é bailarina-pesquisadora-intérprete e diretora no Método BPI.
2016
ingresso de Paula Caruso Teixeira, na UNICAMP, igualmente como docente do Departamento de Artes Corporais da Unicamp. Paula é bailarina-pesquisadora-intérprete e diretora no Método BPI.
2017
a formação de bailarinos-pesquisadores-intérpretes e pesquisadores no BPI configura um corpo substancioso de artistas imersos no Processo BPI. O contexto propiciou o desenvolvimento do espetáculo O Corpo como Relicário com atuação de Flávio Campos, Mariana Floriano, Natália Alleoni, Mariana Jorge, Nara Cálipo, Elisa Costa e Larissa Turtelli, com a concepção e direção de Graziela Rodrigues e assistência de Paula Caruso. Essa produção é um marco na história do grupo, pois revela uma multiplicidade de pesquisas que se aglutinam em um processo singular e complexo.
2018
publicação do livro Dançar o Nome: experiências no método BPI", organizado por Graziela Rodrigues, Larissa Turtelli e Mariana Baruco. O livro é uma coletânea de 11 textos inéditos sobre pesquisas no método BPI, abarcando investigações que se iniciaram desde a Graduação em Dança no IA/UNICAMP e tiveram reverberações nas pós-graduações e nas atuações profissionais de suas autoras.
2021
publicação do e-book Pesquisa de Campo na Disciplina Dança do Brasil IV: vivências de alteridade, escrito por Graziela Estela Fonseca Rodrigues, Larissa Sato Turtelli e Paula Caruso Teixeira.
2021
é estreado o primeiro videodança do grupo. SERAFINA tem atuação de Larissa Turtelli, direção artística de Graziela Rodrigues e audiovisual de Karina Almeida.
2021
ano de aposentadoria de Graziela Rodrigues enquanto docente do Departamento de Artes Corporais do Instituto de Artes da UNICAMP (1987 a 2021). Mesmo com sua recente aposentadoria enquanto servidora da UNICAMP, Graziela Rodrigues continua na coordenação do grupo e atuante na cena artística.